Exposição QUANDO: Diálogos Artísticos e Sociais

Galeria de vidro do Museu Mineiro com adesivo de recorte aplicado na cor verde com o título: Quando Exposição

QUANDO apresenta obras realizadas pelo coletivo de nome homônimo, que promove o encontro entre diferentes artistas e mulheres cis e trans que transitam pelo Maria Maria, espaço de acolhimento à pessoa com trajetória de vida nas ruas em sistema de moradia temporária subsidiada pela Prefeitura de Belo Horizonte. O grupo só existe a partir desse encontro, que a cada vez conta com mulheres diferentes, fruto do próprio fluxo movente da vida. Coexistir através de práticas artísticas que evidenciam o diálogo, a troca e o imprevisível fazem parte do QUANDO.

A exposição acontece no Museu Mineiro e conta com uma extensão no Centro Cultural São Geraldo. Em ambas as mostras está presente a reflexão sobre os espaços identitários, tanto individuais quanto coletivos, a relação com o território, a ideia que se tem de lar quando não se tem um, estados de ser e perceber o mundo e o "quando" enquanto questão em seu sentido de circunstância, situação, tempo, uma ocasião temporal que não se sabe ao certo definir, nem se é do campo do desejo, da vontade, do sonho ou se é da ação, do chamado: "quando a situação vai melhorar?", "quando terei vez?", "quando terei casa?", quando, quando, até quando?

EXPOSIÇÃO

Os trabalhos apresentados são frutos de laboratórios de arte realizados no abrigo Maria Maria desde 2018 e incluem práticas diversas que atuam no âmbito da ação participativa intuitiva. Seja costura, colagem, fotografia, vídeo, desenho ou pintura, as diferentes técnicas servem sobretudo como suporte para o compartilhamento de memórias, narrativas e sonhos. São obras que trazem uma ideia de identidade em sua dimensão enquanto corpo social, relacionada principalmente às marcas sociais. Entretanto, as características que distinguem uma pessoa da outra são intrínsecas a vida como é: preciosa, singular, íntima e única.

QUANDO

Coletivo

Museu Mineiro

Centro Cultural São Geraldo

de 29 de março a 29 de maio de 2022

QUANDO

Obra "Quebra da dormência ou natureza das coisas". Cama de metal coberta com tijolos de calçamento com plantas crescendo entre as frestas.

Obra "Quebra da dormência ou natureza das coisas". Cama de metal coberta com tijolos de calçamento com plantas crescendo entre as frestas. Ao lado, um regador de plantas.

Detalhe da obra "Quebra da dormência ou natureza das coisas". Cama de metal coberta com tijolos de calçamento com plantas crescendo entre as frestas. Abaixo dos tijolos, na lateral da cama, há três sacos de semente indicando que está plantado orégano, cenoura e salsa.

Detalhe da obra "Pé Rachado". Pé de gesso moldado na argila em tons terrosos sobre travesseiro branco.

Obra "Pé Rachado" composta por 18 travesseiros distribuídos em três colunas fixados na parede. Sobre cada travesseiro, um pé de gesso moldado na argila. O travesseiro central possui um celular fixado sobre ele com vídeo sendo exibidio.

Bancada com televisões de tubo dos anos 90 de diversos tamanhos. Fixado sobre suas telas, placas com preços abusivos de alimentos no Brasil.

Televisão de tudo com placa de promoção de preço anunciando ovo por R$ 2669.

Duas prateleiras de vidro com placas de preço dispostos aleatoriamente com valores altos como se fossem ofertas. Em algumas se lê: Cenoura: R$ 7299,00 o quilo, berinjela: R$ 1.499 o quilo, jiló: R$ 4.299 o quilo, entre outros.

Tela azul de televisão de tubo com placa anunciando o preço da peça de Bacon 250g por R$ 2.190,00.

Carrinho de supermercado vazio sobre palanque de madeira rosa.

painel de 2 metros e 90 centímetros de largura por 2 metros e 40 centímetros de altura, como se fosse uma colcha de retalhos formada por tecidos, meia calça, fotografias em tecido das mulheres do abrigo, de partes do corpo como um peito em macramê, objetos de cerâmica que remetem aos olhos, espelho, entre outros objetos. Na parte superior, quase centralizada está a seguinte expressão bordada com linha vermelha sobre um tecido branco: Aqui é Espanha. Na lateral direita bordado em vermelho no tecido laranja: Fora Bozo.

A obra é formada por 28 molduras retangulares feitas em madeira de tapume rosa, de diferentes tamanhos. Elas estão dispostas na parede de forma aleatória. Em cada quadro há composições feitas a partir do uso de diferentes texturas, superpostas, num procedimento de juntar imagens, recortes de mídia, palavras, pinturas, desenho e colagem.

Colagem com mulheres negras dispostas na imagem e a palavra Negra ao centro. Abaixo, a frase vem dançar.

A obra é formada por fibras têxteis recicladas do “cobertor popular”, os cobertores usados comumente pela população em situação de rua. Em toda a extensão da obra objetos pessoais do cotidiano foram sendo costurados e enlaçados nos cobertores, numa tentativa de agasalhar o afeto como flores, cabeças de bonecas, garrafinhas plásticas, santinhos, entre outros objetos afetivos. A extremidade da obra, tem o formato triangular formada por uma bucha vegetal que nos remete a um chocalho de cobra.

Instalação de ripas de madeira em forma de casinha, área de 3,24m2 (1,8x1,8m) com fechamento superior em formato triangular fazendo com que a casinha tenha 2 metros e 30 centímetros de altura. A estrutura da casinha é embalada em plástico-bolha.

Televisão exibindo filme atrás de uma cortina de plástico bolha.

Tiras de papel penduradas em varal cobertas com colagem de palavras e imagens.

Varal coberto com tiras de bobinas de papel com palavras coladas sobre cada uma delas.

Placa sinalizando o enterro da obra em gramado do museu.

QUANDO Exposição

Produção Executiva: Carla Onodera

Coordenação Geral: Matheus Couto

Curadoria e Expografia: Chris Tigra e Rafaela Ianni

Consultoria Criativa: Dulce Couto

Montagem: QUANDO Coletivo, Rodrigo Ianni e Tássia Ianni

Assistentes têxteis: Davi Leite e João Marcos Lisboa

Marcenaria: Rodrigo Ianni

Projeto Gráfico: Yannick Falisse

Textos: Chris Tigra

Making Of: Rato Alado Filmes

Maquiagem Vernissage: Indianara Araújo

Styling Vernissage: Davi Leite

Audiodescrição e Audioguia: All Dub Group

Captação: Izadora Fernandes

Assessoria Jurídica: Elisângela Menezes

Agradecimentos:

Equipe abrigo Maria Maria

Equipe Museu Mineiro

Equipe Centro Cultural São Geraldo

Equipe Make More

Armando Onodera

Cleide Munhoz

Davi Leite

Madalena Martins

Márcia Ianni

Pedro Estrada

Rafael Carneiro/ Galeria Resistor

Rafael Perpétuo

Realização:

Projeto realizado pela sociedade civil com recursos oriundos da Política de Fomento à Cultura Municipal de Belo Horizonte

Patrocínio:

UniBH

QUANDO Coletivo:

Chris Tigra, Dulce Couto, Matheus Couto

Convidadas: Carla Onodera e Rafaela Ianni

Maria Maria: Alexsandra Moura, Ana Paula de Oliveira, Adélia Ferreira, Ágata Siqueira da Cruz, Andreia Gomes Tavares, Célia Graziela Franco, Daiana Cristina Souza do Carmo, Eliana Dias dos Santos, Fátima Aparecida Pereira, Flavinha Jerônimo, Janine Monteiro dos Santos, Jaqueline Nogueira, Jennifer, Joelma Soares, Ludmylla Ferraz, Maria Amélia Silva Oliveira, Maria das Graças Costa Aguiar, Maria de Lourdes Pereira, Milena Oliveira, Neusa dos Santos Batista, Roberta Aparecida Pereira de Souza, Sandra de Souza Omar, Silvia Maria Machado, Thábatha Silva, Úrsula de Paula, Vitoria Espindola

Oficineiras atividades extras: Chris Tigra, Dyony Moura, Indianara Araújo, Rafaela Ianni

Assistentes das Oficinas: Eliana Dias dos Santos, Janine Monteiro dos Santos

Co Realização:

Quando Coletivo

Apoio:

Associação dos Amigos do Museu Mineiro; Museu Mineiro; Circuito Liberdade; Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais. (Governo Diferente. Estado Eficiente). Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais; Make More.

Incentivo:

Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte

Secretaria Municipal de Cultura. Prefeitura de Belo Horizonte

Projeto 0945/2018